Sobre o sofrimento


Tá certo que ninguém começa a namorar pensando no fim, mas é essencial saber sofrer quando ele chega. Nada de dias deitado(a) no sofá, comendo como se não houvesse amanhã ou horas no bar, enchendo a cara e esvaziando o coração. Também, saber sofrer não significa praticar a lei do desapego da noite pro dia, viver de festas e de companhias momentâneas. O que a maioria das pessoas não sabe é que sofrer com o término de um namoro tem muito a ver com aquela história de inteligência emocional.

Em tempos de aparência - e o quanto ela se torna referência de boas ou más impressões -, ser feliz 24 horas por dia é regra. Parece que as pessoas não se permitem sentir a dor, porque isso também é necessário. E na idealização desse mundo, ninguém sofre. Nunca. As pessoas aprendem a fingir a todo custo e a negar a qualquer preço a tristeza dizendo que tudo está bem. Mas não há entregas sem dores. Sofrer também faz bem e faz parte. Faz parte de uma terça-feira chuvosa, de uma perda, de uma ilusão - ou desilusão, enfim, da vida.

Por isso que se diz muito sobre a vida ser feita de momentos. Bons ou ruins, eles que constroem a sua história. Sofrer compreende a sequência lógica de começar-aproveitar-terminar de um namoro. O que vale lembrar é que momentos acabam e a tristeza não é eterna. Saiba chorar, desabafar, xingar, extravasar, mas também saiba que é preciso de esforçar para retomar o ritmo da vida, chacoalhar a poeira do passado e sorrir novamente. Seja inteligente o bastante para aceitar que muita coisa a gente perde para ganhar outras. Afinal, nada é insubstituível.
 
 
-Mari Sanches

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