Primeiro: Bruno - Parte 3

Maria tentou por diversas e incontáveis vezes esquecer Bruno, mas existiam obstáculos, que eram os seguintes: ou seu psicológico não permitia, ou seus sonhos a traiam. E acima de tudo, encontrava-se o insecável e insaciável desejo que ela sentia por ele, e isso era tudo que a mesma conseguia pensar.
Maria se apaixonava mais que rapidamente por Bruno, mas de um modo não muito correto.


Dentro de sua mente ela criava situações. Situações que nunca aconteceram, e nem chegaram perto de acontecer. Projetava-as e as imaginava o tempo todo, e isso a fazia derreter. Afinal, como bem claro se encontra, Maria era uma daquelas românticas incontroláveis. Ela se apaixonava mais a cada dia, numa porcentagem que se descrevia assim:
80% imaginação (coisas que só aconteceram no psicológico dela)
20% acontecimentos reais.



Pensar em Bruno causava as mais intensas reações: deixava a respiração de Maria descompassada, longa, carregada e incrivelmente profunda, a causava calafrios, dores de cabeça, a fazia soar, fazia com que ela literalmente se descabelasse. Ele a deixava sem controle, sem ao menos pensar em tocá-la. "Pobre Maria", é o mínimo que qualquer um diria.


Bruno era como uma doença crônica, bom até se descobrir com, depois disso se luta contra ela, mas ela não cessa, porque é praticamente impossível.


Na fantasia de Maria eles seriam muito felizes, porque pra ela, ele a completava, assim como peças de lego e quebra- cabeças, que mesmo com formas ou tamanhos diferentes, se encaixam, e era assim que Maria os via: felizes apesar de suas diferenças. Para ela, Bruno não possuía defeitos, e quando apontados, ou demonstrados faziam com que ela se frustrasse.


Maria estava cega de amor.
Cega de amor, um amor não correspondido
.


Era como se Maria estivesse sonhando, e então acordasse assustada, como quando o telefone te acorda no meio de uma soneca tranquila, só que nesse caso, o susto não passa e se concentra em seu coração.
Sempre que se via sozinha, Maria se encontrava observando as paredes, com um peso no peito, e um vazio dentro de si. Triste e perdida em seus próprios sentimentos, ela buscava uma solução pra se livrar dela mesma, pois por mais que diversas coisas a sufocassem, nada a sufocava mais do que ela própria. Por outro lado, mais do que se livrar de si mesma, primeiro ela desejava se encontrar, pra ter como se certificar de que valia mesmo a pena se perder.

Continua...




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