Primeiro: Bruno - Parte 2

Maria tinha uma música que chora só de ouvir, e era essa. Aconselho a ouvirem, enquanto leem:



Maria era totalmente desprovida de auto controle, não sabia como administrar seus sentimentos ou lidar com eles. Mas se tinha alguma coisa na qual Maria sabia fazer bem, era alimentá-los.
E os alimentava tanto que sufocava a si mesma. Maria alimentava seus próprios sentimentos, já Laura, os de Bruno.
E era drasticamente triste como nenhum deles desfrutava de um bom lugar dentro de toda essa situação, onde ambos andavam de encontro às paredes.
Esta, não era considerada uma história de amor, pois embora Maria amasse Bruno, Bruno amava Laura, e Laura não amava ninguém. A história é sobre Maria. Mas Bruno a ocupa toda, pois era exatamente assim que ela se sentia a respeito, sentia-se preenchida. Preenchida de amor, de ódio, paixão e insegurança. (E é melhor antecipar que Maria sofria de uma relação de amor e ódio com o amado Bruno).
"Insegurança", pois Maria não cogitava de maneira alguma a ideia de que algum dia, pudesse ser aceita, ou sequer amada por alguém. E só havia uma coisa que a sufocava mais que isso: a insegurança "burra" de Laura.
Laura era uma garota que aos olhos de todos, não possuía uma ideia fixa do que queria para si, pois vivia alterando suas escolhas, mas sempre acabava retornando ao início. Laura era o amor de Bruno quando Bruno era apenas o "brinquedo" de Laura. Não que amor ali não existisse, mas faltava sinceridade, e isso corroía a pobre Maria.
Maria podia ser descrita por todos os insultos do mundo, menos "ruim". Ela era boa o suficiente ao ponto de sufocar a si mesma por achar que outro alguém pudesse estar sufocando-se. E era desse modo que ela via Bruno, cavando onde não havia nada. Maria sentia que se não interferisse, Bruno ia acabar cavando até mesmo sem pás.
Se haviam coisas que Maria possuía, eram elas: sensibilidade, e compreensão. Sem precisar de muito, ela compreendia a situação na qual Bruno se metera, e tudo que ela mais queria era fazê-lo feliz. Mas mais do que isso, e na realidade, Maria procurava não se importar com quem ficaria a tarefa de fazer Bruno feliz, desde ele realmente estivesse bem. Isso explica porque Maria não ligaria se Laura o acolhesse e lhe desse de volta, todo o amor que ele a permitiu receber, desde que ela o visse bem. O que a sufocava não era, de modo algum o fato de Bruno não amá-la, pois ela mesma não conseguia crer que alguém pudesse ama-lá O que era triste, mas o que a sufocava mesmo, era senti-lo sufocando-se cada vez mais, porque ela sabia, que no fundo, que quem se sufoca, perde o ar. E ela o amava, não podia deixar que isso acontecesse...


Continua...


 

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